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Veículo não tripulado aumentará a fiscalização das águas brasileiras

 


Setores civis, como indústria offshore e universidades, também poderão se beneficiar com o projeto

27/06/2022 - Por Capitão-Tenente (RM2-T) Laís Dornelas de Araújo Itagyba - Rio de Janeiro, RJ

O Centro de Análises de Sistemas Navais (CASNAV), da Marinha do Brasil (MB), desenvolve diversas atividades na área científico-tecnológica. Entre elas está o Projeto VSNT-E (Veículo de Superfície Não Tripulado – Experimental), que consiste no incremento e no monitoramento das fiscalizações na Amazônia Azul, além de contribuir com pesquisas desenvolvidas nas principais universidades do Brasil.

A tecnologia de veículos não tripulados, sejam aéreos, de superfície ou submarinos está cada vez mais presente nas atividades que envolvem risco, repetição ou ambientes adversos de operação. Isso não se resume apenas a atividades voltadas para a área de defesa, mas também a setores civis como a indústria offshore, transporte e logística de bens, localização de objetos no fundo do mar e levantamentos batimétricos.

Nesse contexto, a MB realizou, em 2021, a conversão da lancha URCA-III em um VSNT-E (foto). A iniciativa levou em consideração dois fatores principais: o crescimento exponencial e a nível mundial do surgimento de novos Sistemas Marítimos Não-Tripulados (SMNT) e a disponibilidade de uma moderna embarcação de pesquisas, a URCA-III.

Com o veículo de superfície experimental, a Marinha estimula o desenvolvimento tecnológico no segmento de sistemas não tripulados com elevada relação custo-benefício, conforme explica o Encarregado na Divisão de Modelagem e Simulação do CASNAV, Capitão de Mar e Guerra Cláudio Coreixas de Moraes. “Suas principais vantagens são, primeiramente, a não exposição da vida de operadores a riscos inerentes a determinadas regiões de operação, como por exemplo, em operações de varredura de minas. Outra vantagem é reduzir custo da operação e a complexidade da logística atrelada. Por último, expandir a capacidade de sensores para aplicação no SisGAAZ (Sistema de Gerenciamento da Amazônia Azul)”.

Após a instalação de uma série de sistemas eletrônicos, a embarcação encontra-se apta à operação remota. A tecnologia foi apresentada para universidades e diversas outras Organizações Militares  que já demonstraram interesses operacionais no projeto, conforme destaca o Capitão de Mar e Guerra Coreixas. “Como exemplos, a Diretoria de Hidrografia e Navegação poderá viabilizar levantamentos hidrográficos empregando veículos não tripulados e a Esquadra poderá empregar a tecnologia para realizar exercícios operativos. Esses são só alguns exemplos das potencialidades desse novo sistema”.

Além do emprego militar, há o interesse de universidades parceiras como a Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), a Universidade Federal Fluminense (UFF) e a Universidade de São Paulo (USP). Para o professor da UFF Esteban Walter Gonzalez Clua, a participação da Marinha, em projetos de veículos autômatos e marítimos, é de extrema importância. “Em primeiro lugar, a Marinha conhece, mais do que ninguém, todos os procedimentos de navegabilidade, principalmente na região muito movimentada como a Baía de Guanabara. Em segundo, a Marinha tem acesso a uma quantidade enorme de informações estratégicas que para a navegação se tornam fundamentais. E por fim, a Marinha traz consigo uma série de demandas importantes, nas quais esses veículos podem ser usados e aplicados, principalmente aqui na universidade”, destacou.

Já para o Coordenador Executivo do LabOceano da UFRJ, Paulo de Tarso Themistocles Esperança, a cooperação entre Universidades e Centros de Pesquisa da Marinha também é fator fundamental para o desenvolvimento de tecnologia autônoma, em especial na área de Veículos Não Tripulados, usualmente cercada por rígidos protocolos de confidencialidade. “Existem diversas pesquisas em nível de mestrado e doutorado nos cursos da COPPE/UFRJ sendo desenvolvidas por oficiais da Marinha do Brasil. Dentre estas, posso citar especificamente a pesquisa de Doutorado que se encontra em sua fase final, que busca avaliar a influência dos efeitos de superfície livre na manobrabilidade de embarcações submersas”, ressaltou o professor.

Nesse contexto, o Centro Tecnológico da Marinha, no Rio de Janeiro, abriu a possibilidade de que pesquisas aplicadas de pós-graduação, geridas por centros de excelência, possam ser realizadas no VSNT-E. Com tantas demandas, o VSNT-E já foi empregado este ano em operações da Esquadra, como  “Aspirantex” e “Poseidon”, e prossegue em estudo pelo CASNAV e pelo Instituto de Pesquisas da Marinha, podendo em breve ser expandido.

Assista ao vídeo do veículo sendo testado na Baía de Guanabara

 

Agência Marinha de Notícias

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