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Em Abu Dhabi, Bolsonaro discute acordo sobre armas



Para presidente, cooperação entre os dois países está na área de armamento
Maiá Menezes, enviada especial
26/10/2019 - 15:14 / Atualizado em 26/10/2019 - 21:08


Foto: Divugação/Governo dos Emirados Árabes Unidos

O presidente Jair Bolsonaro é recebido pelo xeque Khalifa bin Tahnoun Al Nahyan em Abu Dhabi
ABU DHABI — Na primeira agenda no Oriente Médio após aterrissar com sua comitiva oficial em Abu Dhabi, capital dos Emirados Árabes, o presidente Jair Bolsonaro participou de uma cerimônia em homenagem aos mártires do país, em um monumento conhecido como “oásis da dignidade”, inaugurado em 2007.
Bolsonaro foi saudado por uma cerimônia militar, e recebido pelo xeque Khalifa bin Tahnoun Al Nahyan, diretor do gabinete de assuntos relativos aos mártires, soldados ou civis que morreram pelo país. Na saída da curta solenidade, falou sobre os dois acordos que deverá formalizar hoje com o país, e pela primeira vez respondeu sobre as conversas bilaterais na área de Defesa.
— Todos os países, onde quer que eu vá, essa posição sobre Defesa é colocada na mesa. O Brasil foi esquecido nesta área por 30 anos, desde o governo Fernando Henrique Cardoso a questão de defesa foi deixada em segundo plano. Por quê? Porque nós, das Forças Armadas, fomos um grande obstáculo ao socialismo, por isso buscavam quebrar nossa espinha dorsal, nos tornar inoperantes. E o Brasil e seus militares sobreviveram graças à sua vontade de viver e a seu patriotismo — disse o presidente.

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Na sequência, ele foi ainda mais incisivo, sem especificar se o Brasil ia comprar ou vender armas:
— A cooperação que pode haver aqui é armamento, basicamente isso daí. Meios de se defender. Ninguém quer um Brasil belicoso, mas temos que ter o mínimo de capacidade de dissuasão.
Nos últimos dois anos, o Brasil registrou um aumento nos gastos militares acima da média mundial, e saltou de 13º, em 2016, para 11º no ranking dos países que mais investem no setor. Entre os países americanos, o Brasil fica atrás apenas dos Estados Unidos. Os números são do Instituto Internacional de Pesquisa da Paz de Estocolmo (Sipri).


Presidente passou por Abu Dhabi, nos Emirados Árabes Unidos, como parte de seu pacote de visitas a países do Oriente Médio
Na última década, os gastos militares do Brasil cresceram 17%, no total. Em 2008, o ex-presidente Lula e Nikolas Sarkozy, então chefe de Estado francês, assinaram um acordo para transferência de tecnologia em produção de submarinos que, dez anos depois, resultou no lançamento de dois submarinos produzidos no país: o Riachuelo, no ano passado; e Humaitá, lançado este ano, já no governo Bolsonaro.
Em 2014, o governo brasileiro comprou 36 caças Gripen da empresa sueca Saab para reequipar a frota da Aeronáutica. O contrato previa um pagamento de cerca de US$ 4,05 bilhões, em valores atuais, para o desenvolvimento e a produção das aeronaves.
Ainda na década de 1990, o governo destinou US$ 1,4 bilhão no Sistema de Vigilância da Amazônia (Sivam), o maior investimento individual na área de Defesa. O sisema foi finalmente inaugurado em julho de 2002 pelo então presidente Fernando Henrique Cardoso.
Em Abu Dhabi, Bolsonaro também afirmou que a América Latina precisa estar estável. Disse esperar que o kirchnerismo — que tende a voltar à Argentina com a possível eleição do peronista Alberto Fernández que tem a ex-presidente Cristina Kirchner como candidata à vice na eleição deste domingo — “esteja alinhado com a questão do Mercosul, com as questões democráticas do Mercosul, que a Venezuela não vinha fazendo há muito tempo".
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— Estamos preocupados com a estabilidade democrática. Mas o Brasil é muito importante na estabilidade da América do Sul — reafirmou.
Mais cedo, ele publicou no Twitter um vídeo do filho, o deputado federal Eduardo Bolsonaro, reproduzindo uma declaração em que Nicolás Maduro ironiza o "desenvolvimento do plano" do Foro de São Paulo> No tuíte, o presidente comentou: “ATENÇÃO! O Foro de São Paulo segue com seu plano de trazer instabilidade a toda América Latina.”
'Viés ideológico'
Bolsonaro, que vem de uma maratona pela Ásia, afirmou ainda que quer ser player no mercado árabe, “longe de qualquer visão ideológica”.
— Nós visamos essas visitas sem o viés ideológico. Queremos ampliar nosso mercado de trabalho. E a maneira como sou recebido e o cartão de visitas tem demonstrando que as negociações estão caminhando. Até há pouco vocês sabem que havia um viés muito ideológico nessa questão. Era um ambiente de negócios terrivel, onde a corrupção falava muito alto. Começamos a reverter tudo isso. Nós estamos nos aproximando cada vez mais de países que economicamente são... o quê? Capitalistas.
Diante de uma comitiva que incluía o ministro-chefe da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, o ministro das Relações Exteriores, chanceler Ernesto Araújo, e de parlamentares como Hélio Lopes, que costuma acompanhá-lo em viagens longas como a que vem fazendo pela Ásia, o presidente afirmou que está sendo “muito bem recebido”.
— Temos campos de negócios para eles no Brasil e para nós aqui também. Essa é a intenção. Estamos sendo muito bem recebidos. Sinal que o Brasil está reconquistando sua confiança. Temos muita commodity para vender, mas o que esperamos é a questão da infraestrutura. Eles devem participar do leilão do pré-sal também. Questão de pesquisa e desenvolvimento. A questão é abrir as portas para bons empreendimentos — disse.

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